sábado, 6 de dezembro de 2014

Uma grande lição



Cada um dos sete filhos trabalhou na loja de nosso pai, nossa própria loja de departamentos. No inicio fazíamos pequenos trabalhos como varrer o chão, arrumar as prateleiras e fazer embrulhos, e mais tarde, quando tínhamos experiência, atendíamos aos clientes. Trabalhando e prestando atenção, nós aprendemos que trabalhar era mais do que sobreviver e vender.

Uma lição ficou gravada em minha mente. Era próximo do natal.  Eu estava na oitava série e trabalhava à noite, ajeitando a seção de brinquedos. Um pequeno garoto, com uns cinco ou seis anos, entrou.
Ele vestia um desgastado e sujo casaco marrom.
O cabelo despenteado.

O tênis rasgado e desamarrado. O garoto me pareceu muito pobre - demasiado pobre para ter dinheiro para comprar qualquer coisa. Olhou em torno da seção de brinquedos, pegava um brinquedo, olhava atentamente e devolvia com cuidado ao seu lugar.


Papai desceu as escadas e caminhou até o menino. Seus olhos azuis sorriam e a covinha no rosto sobressaía quando perguntou ao menino o que poderia fazer por ele. O menino disse que procurava um presente de natal para dar à seu irmão.

Me impressionou como papai o tratou com o mesmo respeito com que tratava a todos os clientes. Papai lhe disse para ficar à vontade e procurar com calma.

Aproximadamente 20 minutos depois, o menino escolheu um brinquedo, foi até meu pai e perguntou,
- Senhor, quanto custa este?
- Quanto você tem? Meu pai perguntou.

O menino enfiou a mão no bolso e retirou algumas moedas.
- 27 centavos.
O preço do brinquedo escolhido era $3,98.
- Mas que sorte! É exatamente o quanto custa!
Meu pai lhe disse e fechou a venda.

A resposta de papai ainda soa em meus ouvidos. Eu pensava nisto enquanto embrulhava o presente. Quando o menino saía da loja, eu já não observava a roupa suja e desgastada, o cabelo despenteado, ou o tênis rasgado e desamarrado.
O que eu via era uma criança radiante levando um tesouro.

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